Introdução
Luoyang é uma daquelas cidades que mudam a forma como a gente enxerga a China. É uma das cidades mais antigas do país e também antiga capital de diferentes dinastias.
Ela está localizada na província de Henan, cercada por templos budistas, grutas esculpidas na rocha e jardins que ganham vida na época do Festival das Peônias.
Além desse peso histórico, Luoyang é um ótimo ponto de apoio para conhecer três lugares que resumem bem a força cultural da região: o Templo de Shaolin, as Grutas de Longmen e o Templo do Cavalo Branco.
Em poucos dias, dá para ver de perto onde o budismo começou a se espalhar pelo país, onde o Kung Fu ganhou fama e como a fé foi literalmente esculpida em pedra ao longo de séculos.
Durante nossa viagem pela China, passamos dois dias em Luoyang e usamos esse tempo para visitar justamente esses três pontos. Neste post, reunimos o roteiro completo, com contexto histórico e dicas práticas para você aproveitar cada um desses lugares no seu ritmo.
No vídeo abaixo, você também consegue ver como foi a nossa experiência em Luoyang com todos os detalhes.
Como chegar a Luoyang e onde ficar
Luoyang é bem conectada com outras cidades chinesas, principalmente por trem de alta velocidade. Por isso, muita gente inclui a cidade em um roteiro que passa por Shanghai, Beijing, Xian ou Zhengzhou e segue viagem a partir delas, encaixando Luoyang como uma parada estratégica entre grandes metrópoles.
Se você estiver em Shanghai, o trem bala é uma das formas mais práticas de chegar. O trajeto costuma levar cerca de cinco horas, saindo principalmente da estação Shanghai Hongqiao em direção à estação Luoyang Longmen. É um percurso direto, com poltronas confortáveis e espaço para bagagem, o que ajuda bastante em viagens mais longas pelo país.
Além da malha ferroviária, a região também conta com um aeroporto que recebe voos domésticos. Na hora de montar o roteiro, vale comparar horários de trem e de avião para entender qual combinação faz mais sentido com o restante da sua viagem pela China.
Onde ficar em Luoyang
Na hora de escolher onde se hospedar em Luoyang, vale priorizar hotéis com acesso fácil aos principais passeios. Em um roteiro de poucos dias, estar bem localizado ajuda muito na hora de organizar as saídas para o Templo de Shaolin, as Grutas de Longmen e o Templo do Cavalo Branco, sem perder tempo em grandes deslocamentos dentro da cidade.
Nós ficamos hospedados no Luoyang International Hotel, um hotel confortável, com quartos amplos e em uma região prática para quem quer explorar a cidade e voltar no fim do dia para descansar bem.
Se você ainda não reservou o seu hotel, clique aqui para reservar diretamente no Booking, você não paga nada a mais por isso e ainda ajuda o crescimento do nosso canal.
Dia 1 em Luoyang: Templo de Shaolin e Grutas de Longmen
No nosso primeiro dia em Luoyang, exploramos dois dos lugares mais marcantes da região: o Templo de Shaolin, berço do Kung Fu e um importante centro do budismo no país, e as Grutas de Longmen, que impressionam pelas grandes esculturas esculpidas diretamente na pedra.
Templo de Shaolin
O Templo de Shaolin fica na região das Montanhas Song, relativamente perto de Luoyang. Fundado em 495 d.C., durante a dinastia Wei do Norte, ele é conhecido como o berço do Kung Fu Shaolin e um dos grandes centros do budismo na China.
Apresentação de Kung Fu em Shaolin
Durante a visita ao Templo de Shaolin, a apresentação de Kung Fu é um dos momentos mais esperados. Em um espaço preparado para isso, os praticantes entram em cena em sequência, cada um mostrando um tipo de técnica ou estilo de luta.
Os movimentos misturam força, equilíbrio e controle o tempo todo. São golpes rápidos, mudanças de posição, saltos e posturas que exigem muita concentração, o que ajuda a entender, na prática, a disciplina por trás do treinamento.
Para quem viaja com crianças, esse trecho do passeio costuma ser o mais empolgante. Elas assistem com atenção e, na saída, é comum ver alguém tentando repetir um golpe, uma postura ou um gesto que acabou de ver no palco.
Depois do show, caminhar pelo templo ganha outro contexto. A história de Shaolin deixa de ser algo distante e passa a se conectar com o que acabou de acontecer ali, ao vivo.

Templo, incenso e orações em Shaolin
Depois da apresentação, continuamos a visita pelos espaços do templo. Conhecemos os salões de oração, os pátios internos e as construções em madeira e pedra que ajudam a entender melhor o lado espiritual de Shaolin, ligado ao budismo Chan (Zen).
Independente da religião, caminhar com calma por ali transmite uma sensação de paz e serenidade, mesmo para quem está só de passagem.
Na nossa visita também queimamos incenso, fizemos nossos pedidos em silêncio e agradecemos pela experiência de estar ali. É um gesto simples, mas que ganha outro peso por acontecer em um dos templos mais simbólicos da história do budismo e do Kung Fu na China.
Na saída do complexo, ainda dá para encontrar algumas atividades extras, como brincadeiras e espaços de tiro ao alvo. As crianças se divertiram muito antes de seguirmos para a nossa segunda parada do dia, as Grutas de Longmen.

Dicas práticas para o Templo de Shaolin:
Para aproveitar melhor o Templo de Shaolin, alguns cuidados simples fazem diferença:
- Roupas confortáveis e calçados fechados são importantes, porque o passeio envolve caminhar por pátios, escadas e trechos de pedra.
- Reservar um bom tempo dentro do dia deixa a experiência mais tranquila, sem precisar correr entre apresentação, salões do templo e deslocamento até o próximo ponto do roteiro.
Grutas de Longmen em Luoyang: Budas esculpidos na rocha
Na parte da tarde do primeiro dia em Luoyang, visitamos as Grutas de Longmen.
O complexo fica às margens do rio Yi, com montanhas de pedra dos dois lados ligadas por pontes e passarelas. À primeira vista, o que mais chama atenção é a quantidade de cavidades nas encostas, como se a rocha tivesse sido esculpida aos poucos, ao longo de muitos séculos.
As grutas começaram a ser trabalhadas ainda na dinastia Wei do Norte e seguiram recebendo novas esculturas durante a dinastia Tang. Hoje, o conjunto é Patrimônio Mundial pela Unesco e abriga milhares de nichos com estátuas de Budas, bodisatvas e outras figuras ligadas ao budismo.
Existem esculturas minúsculas, alinhadas em sequência, que pedem um olhar bem de perto para revelar todos os detalhes. Outras, como o famoso Buda Vairocana, chegam a cerca de 17 metros de altura e dominam a paisagem, criando uma sensação de proporção que nenhuma foto consegue traduzir totalmente.
Para famílias com crianças, o circuito pode virar quase um jogo visual. Vale propor que encontrem a menor estátua, que reparem nas diferenças de expressão entre um Buda e outro ou que contem quantos degraus faltam até determinado ponto do percurso.
Para quem viaja sozinho, as Grutas de Longmen são um ótimo lugar para caminhar no próprio ritmo. Dá para fazer pausas em alguns mirantes, observar os detalhes com calma, usar audioguia ou seguir lendo as placas para conectar o que aparece na pedra com a história de Luoyang e das antigas dinastias chinesas.
No fim da visita, a sensação é de ter passado por muito mais do que um sítio arqueológico. É como caminhar por uma galeria a céu aberto, onde arte, fé e tempo aparecem lado a lado em cada paredão de rocha.

Dia 2 em Luoyang: Visita ao Templo do Cavalo Branco
No nosso segundo dia em Luoyang, fomos explorar o Templo do Cavalo Branco e um lado mais calmo da cidade.
Luoyang e o Templo do Cavalo Branco: onde o budismo começou
O Templo do Cavalo Branco é considerado o primeiro templo budista oficial da China. A tradição conta que, durante a dinastia Han, o imperador enviou emissários à Índia em busca de textos sagrados. Quando retornaram, trouxeram sutras e estátuas budistas transportados por um cavalo branco, e o templo foi construído para receber esse legado espiritual.
Ele fica a cerca de 12 quilômetros do centro de Luoyang, em uma área mais tranquila da cidade. O trajeto pode ser feito de carro, táxi ou ônibus e, em geral, de duas a três horas são suficientes para visitar o complexo com calma, entrando nos salões e caminhando pelos pátios principais.
Hoje, o espaço é amplo e bem cuidado. São vários pátios organizados, jardins agradáveis, salões com estátuas e inscrições, além de áreas dedicadas a diferentes tradições budistas de países como Tailândia, Índia e Mianmar.
Essa parte “internacional” do templo chama atenção porque mostra como o budismo se espalhou pela Ásia em estilos arquitetônicos diferentes, mas convivendo no mesmo lugar. Em cada área, mudam as cores, as formas das construções e o estilo das imagens, o que torna o passeio ainda mais interessante para quem gosta de observar detalhes.
As histórias sobre o cavalo que carrega os textos sagrados ajudam a dar contexto à visita e despertam curiosidade em qualquer idade.

Luoyang além dos templos
O Templo do Cavalo Branco pode ser visitado com bastante tranquilidade em meio dia. Por isso, ainda sobra um bom tempo para olhar Luoyang para além dos templos nesse segundo dia.
Dependendo da época do ano, vale incluir uma passada em algum parque ou área verde da cidade, principalmente durante o período do Festival das Peônias de Luoyang, que acontece entre abril e o início de maio. Nessa época, vários jardins e parques se enchem de flores, com diferentes espécies e cores de peônias, e a cidade recebe visitantes de várias partes da China só para ver esse espetáculo ao vivo.
Entre os lugares mais conhecidos para ver as flores estão o Wangcheng Park e o China National Flower Garden. Em muitos deles, além das peônias, acontecem apresentações culturais e atividades ligadas à história da flor em Luoyang, o que deixa o passeio ainda mais completo para quem gosta de conectar natureza e cultura no mesmo dia.
Outra opção é seguir para a parte antiga da cidade, onde ficam portões históricos, ruas mais tradicionais e áreas com fachadas preservadas. Nessa região, é comum encontrar mercados de rua, lojinhas e muitos lugares para provar comidas típicas, o que ajuda a ter uma ideia mais concreta do dia a dia local, bem diferente do ritmo de Shanghai ou Beijing.
Esse tipo de passeio complementa bem o roteiro dos templos e das grutas caso você tenha um pouco mais de tempo na cidade. Ele mostra uma Luoyang menos turística, com moradores circulando, famílias aproveitando os parques e uma rotina que segue em um ritmo próprio.
Reserve os seus passeios em Luoyang
Reservando seus passeios através do nosso link abaixo, você não paga nada a mais por isso e ainda ajuda o crescimento do nosso canal.
Conclusão:
Luoyang é um destino que combina com vários estilos de viagem. Em poucos dias, famílias, casais ou viajantes solo conseguem conhecer um pedacinho da China mais antiga e histórica, sem perder de vista o país moderno que aparece nos trens de alta velocidade, nas cidades grandes ao redor e na própria estrutura turística.
Na hora de montar o roteiro viajando pela China, Luoyang pode ser uma excelente pausa entre grandes cidades. Dois dias de viagem já rendem experiências bem diferentes daquelas ligadas a shoppings, parques temáticos e avenidas iluminadas. Aqui, a viagem acontece em pátios tranquilos, passarelas à beira do rio, escadas talhadas em pedra e salas de oração que ajudam a conectar a história do país com o que você vê hoje.
Se você estiver montando sua viagem a partir de Shanghai, faz muito sentido combinar os dois destinos. O roteiro de Shanghai que já mostramos aqui no blog, pode ser uma ótima combinação com uma parada em Luoyang em seguida.
Se quiser acompanhar a nossa experiência de perto viajando durante 30 dias pela China, no nosso Instagram e no YouTube mostramos todos os bastidores, as escolhas de roteiro e os melhores momentos dessa viagem incrível.




